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Ações de segurança no trabalho são investimentos e não gastos

18 de junho de 2019


A cada 48 segundos ocorre um acidente de trabalho no Brasil. Uma vítima fatal a cada 3h38 minutos. De 2012 até o início de 2019, o país gastou R$ 80,2 bilhões com benefícios pagos pela Previdência Social. Cerca de 370 milhões de dias de trabalhos foram perdidos por afastamentos decorrentes de acidentes ou doenças de trabalho. São números que não podem ser negligenciados ou colocados à deriva em um planejamento estratégico de gestão de pessoas. É uma realidade que mata, traz transtornos aos negócios, abala a economia e pode mexer com a sociedade – como o caso de Brumadinho/MG.

 

A Organização Internacional do Trabalho classifica o Brasil como o quarto colocado no ranking mundial o quesito acidentes relacionadas ao ambiente de trabalho. Estimam-se que aqui ocorram 700 mil acidentes de trabalho por ano, “além de trazer um impacto direto no acidentado, envolve também a família, a empresa e o Estado, uma vez que todos têm prejuízo com o acidente, seja ele de trajeto ou o típico”, diz o Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho, Douglas Diener. Ele ainda cita que desde 2012 são quatro milhões de acidentes registrados e mais de 17.400 mortes acidentárias.

 

Para contribuir com a conscientização da importância de se debater o tema e tomar atitudes concretas a respeito, o Crea-PR criou o Comitê de Estudos Temáticos da Segurança do Trabalho, que está operando desde o início de abril. “Tem como finalidade a valorização profissional e a divulgação da Engenharia de Segurança do Trabalho, buscando através de ações planejadas a implantação de um programa de incentivo e a promoção da adoção das práticas legais ou recomendadas da área nos processos produtivos de empresas e empreendimentos de engenharia, agronomia e geociências”, explica Diener, que é coordenador do Comitê, composto por mais nove profissionais (ver box).

 

Também atuante na criação do Comitê, o presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança do Trabalho, o Engenheiro de Segurança Roberto Serta, destaca a importância de fortalecer as discussões do tema no Sistema Confea/Crea. “Em todas as modalidades temos profissionais expostos a riscos. Iniciamos neste ano a comissão temática para delinear ações com uma maior participação dos profissionais e também da comunidade. Estamos nos reunindo para definir essas ações e fortalecer parcerias com empresas, escola e órgãos públicos”, afirma. Os membros do comitê se encontram em reuniões pré-agendadas e de acordo com a necessidade.

 

Abril Verde

Em consonância com a proposta do comitê, o Crea-PR foi um dos apoiadores do Movimento Abril Verde, que reúne órgãos governamentais, entidades de classe, empresas, associações, federações e membros da sociedade civil para mobilizar as pessoas para o tema dos acidentes e doenças de trabalho. A campanha no Brasil é encampada pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com o Tribunal Superior do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Secretaria do Trabalho.

 

A iniciativa incluiu diversas ações de prevenção aos riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, de modo a promover e fomentar a cultura de prevenção a empregados e empregadores, bem como diminuir a ocorrência de acidentes. “Fizemos um cronograma de atividades que inclui a divulgação da campanha com o intuito de estimular a adoção de procedimentos de saúde e segurança no trabalho e alertar para a importância de práticas que reduzam os números de acidentes”, fala Douglas Diener. O mês de abril foi escolhido para o alerta por conter duas datas relacionadas à causa: o Dia Mundial da Saúde (7) e o Dia Nacional e Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28).

Matéria publicada na edição 97 da Revista do CREA-PR.

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