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Internet das coisas provoca revolução digital no mundo e na vida das pessoas

14 de abril de 2015


Em todo o mundo estão sendo desenvolvidos sistemas interligados e inteligentes que permitem que tudo ao nosso redor esteja interconectado, prestando mais e melhores serviços. É a internet das coisas (internet of things – IoT), uma revolução digital no mundo tecnológico.  A conectividade entre objetos por meio da web será cada vez maior. Máquinas, dispositivos, sensores, automóveis, câmeras e outras coisas buscam otimizar o cotidiano das pessoas, melhorar operações do dia a dia e economizar tempo, dinheiro e até mesmo vidas. Num futuro não muito distante, será comum conectar casas, escritórios, fábricas e até cidades.

 

Para Claudio Saes, diretor do Bell Labs Consulting, algumas empresas de logística utilizam sensores e base de dados para rastreamento e localização de cargas utilizando estas mesmas tecnologias. “Hoje a internet das coisas é um fato no mercado consumidor, dada a proliferação de smartphones”, observa. Envolvido com a implantação de redes 4G e HetNet,  bem como o desenvolvimento de tecnologia SDN/NFV, para a Alcatel-Lucent, uma empresa global de telecomunicações sediada na França,  Saes define a internet das coisas como uma tecnologia na qual diversos dispositivos conectados a servidores fornecem dados medidos ou obtidos por sensores, alarmes e outras formas de medição.  “Com o avanço dos processadores nos dispositivos e também nos servidores, cada vez mais temos ações sendo tomadas para o benefício do usuário, sem que necessariamente este tome alguma decisão”.

 

Conectividade

 

Os dispositivos não são apenas celulares, mas relógios, sensores de presença, câmeras de vigilância, medidores de frequência cardíaca, eletrodomésticos, portões eletrônicos e até mesmo carros. A maior vantagem é a obtenção de informação imediata para uma tomada de ação, coloca Saes. Um exemplo muito comum de aplicação de IoT é o aplicativo Waze: um celular moderno possui cerca de 5 a 12 sensores, dentre estes, GPS e bússola, utilizados pelo aplicativo para medir a velocidade média e rota dos usuários que o têm instalado no celular, alimentando assim uma base de dados que é muito útil na hora de escapar dos engarrafamentos, pois fornece a rota de menor tempo entre dois pontos. “Todas estas informações de GPS e bússola são enviadas sem sequer sabermos ao longo do dia. Um preço pequeno considerando a utilidade deste aplicativo em congestionamentos nos grandes centros urbanos”, afirma.

 

Para Saes, a principal mudança que a IoT provoca na vida das pessoas e no cotidiano das empresas se dá na agilidade e rapidez na obtenção da informação e na velocidade para a tomada de ação. “Do ponto de vista do usuário, o impacto é a comodidade de ser atendido de forma rápida e eficiente; do empresarial é a assertividade e baixo custo que estas soluções nos trazem”, destaca.

 

Segurança de informações

 

Saes avalia que a internet das coisas ainda está em sua infância e tem vários obstáculos a vencer tanto no Brasil como no mundo. Ele cita que o principal deles são as redes que servem para conectar os sensores ou smartphones aos servidores da internet que prestam estes serviços. “A forma como estas foram construídas não comportam a explosão de volume de conexões e Megabytes previstos. Outro ponto importante é a segurança das informações, pois uma vez que você coloca mais dispositivos sendo controlados ou acessados através da internet, necessita que os mesmos sejam a prova de segurança. Ninguém quer ter sua geladeira ou seu carro atacados por alguém do outro lado do planeta”.

 

A internet das coisas já é uma realidade, agora cada vez mais próxima do mercado de consumo. “Ao longo dos próximos anos, veremos experimentações e casos de adoção massiva desta tecnologia. As redes terão que sofrer crescimentos e upgrades para suportar o numero de dispositivos e também fornecer a segurança necessária”, vislumbra Saes. Ele ainda alerta que alguns temas regulatórios serão discutidos, pois a tecnologia permite coisas que anteriormente eram impossíveis em larga escala. Por exemplo, a execução de uma cirurgia remota ou mesmo a consulta médica via videoconferência, assuntos que têm implicações legais em várias esferas.

 

Coisas mais inteligentes

 

Jesus Artur Barbosa, gerente de produtos da Horizons Business Telecom, empresa especializada em telecomunicações e tecnologia da informação, lembra que a ideia de conectar “coisas” é bem antiga, discutida desde 1991, quando já se pensava na conexão (D2D – Device para Device). Segundo ele, o grande limitador da expansão da IoT foi a rede oferecia na época. “Nesse sentido, a Horizons tem a vantagem de possuir uma rede 100% fibra óptica e de grande capacidade de banda, com condições de desenvolver projetos desta natureza”. Hoje a empresa já tem projetos em andamento na área de energia (smart grid – rede elétrica inteligente) e na de smart city (cidade inteligente).

 

Barbosa enfatiza que o tempo sempre é o determinante nas revoluções tecnológicas, e as pessoas sempre buscarão novas formas de se conectar, otimizar e economizar recursos naturais e energéticos. Ele cita alguns exemplos de instituições e empresas que pesquisam e investem na internet das coisas. A Universidade da Califórnia de São Francisco (UCSF) usou Google Glass na mesa de cirurgia, enfrentou alguns problemas, mas o uso está se tornando cada vez mais cotidiano. A Thyssenkrupp e a Microsoft desenvolveram um sistema inteligente e online para monitorar elevadores. Grandes fabricantes (Dell, Inter e Samsung) se uniram para padronizar as conexões e criar um protocolo comum, criando um grupo chamado Open Interconnect Consortium (OIC).  Em dezembro de 2013, foi criado o Allseen Alliance com 51 empresas participantes, que pretende desenvolver vídeos de divulgação do conceito no Brasil. A montadora Volvo afirmou que já tem veículos prontos para circular sem a interferência dos motoristas, mas só devem aparecer no mercado entre 2019 e 2020.

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