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Resultados do Benchmarking e tendências do profissional de RH são destaques em evento da ABRH-PR

21 de outubro de 2016


“É evidente que a retração econômica afetou o desempenho das empresas paranaenses. O pior já passou e o mercado aposta em dias melhores. O fato é que os empresários devem tirar vantagens deste cenário para administrar suas organizações e torná-las fortes e competitivas”. A afirmação foi feita por Dórian L. Bachmann, diretor da Bachmann & Associados, ao divulgar os principais resultados do 8º Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos. A pesquisa é produzida anualmente pela Bachmann & Associados (B&A), em parceria com a seccional Paraná da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR), e foi apresentada durante o Bom Dia RH,  realizado nesta quarta-feira (19), em Curitiba.

Os dados e informações utilizados na pesquisa  se referem ao ano de 2015 e abrangem 195 organizações, pertencentes a diversos segmentos. As empresas participantes tinham, em média, 934 empregados. A maioria (59%) tinha de 15 a 500 empregados e apenas 7% contavam com menos de 15 pessoas, enquanto 23% tinham mais de 1.000 empregados. Os setores de serviços e industrial tiveram maior participação. Pouco mais de metade das organizações estão instaladas no interior, havendo, portanto, uma boa representatividade do Estado. A amostra inclui 3 das 5 melhores empresas para se trabalhar no Paraná, segundo o instituto Great Place to Work.

O levantamento permite o cálculo de 12 indicadores, como absenteísmo, rotatividade e percentual de horas extras pagas, entre outros, que torna possível a comparação entre as organizações e incentivam a superação dos melhores desempenhos encontrados, observa Dórian. Ele assinala que o universo dos pesquisados envolve 185 mil empregados, equivalendo a 6,7% das pessoas trabalhando com carteira assinada.

Principais resultados

Segundo Dórian, de modo geral os resultados mostraram melhoria do desempenho pelo lado das empresas e alguma adaptação a um mercado de trabalho mais difícil para os empregados. Também houve uma saudável redução no percentual de empregados que pediu demissão, provavelmente como reflexo da situação econômica.

Entre as principais conclusões da pesquisa, destaca-se  a rotatividade média anual das empresas chegou a 32,4%,o  índice mais baixo dos últimos 4 anos. O comércio, especialmente influenciado pelos supermercados, apresentou rotatividade mais elevada que os demais setores, tendo substituído metade dos colaboradores. E quase um terço dos desligamentos ocorreu por iniciativa dos empregados.  Para Dórian, esse resultado é muito melhor que os dos anos anteriores, dada a dificuldade do mercado de trabalho. “A perda de colaboradores por iniciativa dos empregados foi mais acentuada no comércio”, completa. Em 2015 foram eliminadas 75.548 vagas formais de trabalho no Paraná (35 mil a mais que as criadas em 2014).

Em relação ao absenteísmo, o levantamento indica que as empresas perderam, em média, 2,6% do tempo dos empregados devido às ausências. “Apenas o absenteísmo médico (44%) provocou uma perda de 1,2% do tempo”, coloca Dórian. As horas extras pagas corresponderam, em média, a pouco menos de 3,0% das horas trabalhadas. “A melhora do indicador possivelmente foi mais influenciada pelo desaquecimento na economia do que pelas ações de gestão”, observa. Nas organizações da amostra, em média 36,5% dos empregados receberam algum tipo de remuneração variável, mas 29% das empresas ainda não adotam qualquer forma de remuneração variável ou por resultado.

A oitava edição da pesquisa ainda aponta que o maior percentual de empregados sem o Ensino Fundamental estava nos segmentos da construção pesada e de alimentos e bebidas. Mas, no conjunto das empresas, em média 9,4% dos empregados são pós-graduados. No geral, as organizações investiram 1,1% do tempo de seus empregados em treinamentos (aproximadamente 29 horas por empregado no ano).

A Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) das empresas da amostra ficou em 8,32 acidentados por milhão de horas trabalhadas. A meta de “acidente zero” foi alcançada por 55 (28%) das organizações.

Novo RH

Após a divulgação dos resultados da pesquisa, o diretor de Cooperação e Projetos Internacionais da ABRH-PR, Adeildo Nascimento, economista e consultor em desenvolvimento humano e organizacional, apresentou as tendências dos profissionais que atuam na área de Recursos Humanos, destacando que um novo mundo demanda um novo RH. “Mudança é a palavra do momento e é necessário um novo olhar para o futuro”, assinala. Para ele, é necessário desenvolver uma nova atitude e postura em relação à área do RH. “Existem drives dessas mudanças como, por exemplo, longevidade produtiva, smart machines, mundo computacional, dentre outros, que indicam que o modelo atual de RH será extinto”, acentua. “Hoje, o profissional deve ser transdisciplinar, deve abandonar paradigmas e o pensamento mecanicista e ter uma visão integral do ser humano”, coloca.

Adeildo afirma que devido às transformações no cenário corporativo, as tendências de desenvolvimento humano passaram pelo QI (quociente intelectual) e QE (quociente emocional) para o QS (quociente espiritual), que nada tem a ver com proselitismo religioso. As grandes empresas vêm percebendo que boa parte de seus colaboradores busca muito mais do que uma remuneração justa e ótimas oportunidades de ascensão profissional. Estas pessoas querem, acima de tudo, realizar um trabalho que lhes confira significado pessoal e as ajudem a encontrar respostas aos porquês de sua vida. Neste contexto, as organizações estão cada vez mais voltadas a uma gestão participativa, colaborativa. “Por isso, que os RH devem reforçar iniciativas que visam humanizar o ambiente de trabalho”, afirma.

O novo RH, além de entender do negócio da empresa onde atua, está mais atento nas pessoas que praticam o autoconhecimento e compartilham, conservam uma visão holística das coisas, analisam as situações num contexto amplo, suportam os obstáculos com maturidade, valorizam a diversidade, atuam com independência, perguntam sempre o “por quê?”, são espontâneas e exercitam a compaixão em seu dia a dia.

Adeildo acredita que nas empresas que praticam o conceito da inteligência espiritual certamente existe cooperativismo, respeito à diversidade, sustentabilidade, ambiente saudável, equipes colaborativas e resultados altamente diferenciados. “Com certeza, o novo profissional de RH deve estar engajado nesse novo modelo de gestão”.

 

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