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Ricardo Vilani fala sobre analgesia em pacientes com câncer e Alfa 2 agonistas, situações de dia a dia dos médicos veterinários

23 de abril de 2019


Coordenador do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Vilani fecha o primeiro de evento do Congresso MedVep de Dor em Veterinária (Comdor) com dois simpósios: “Relação entre o controle da dor perioperatória e o controle do câncer” e “Alfa 2 – agonistas na analgesia intravenosa”. No primeiro, aborda a influência do tratamento da dor em pacientes com câncer, diminuindo a possibilidade metástase e evolução da doença. Vários estudos recentes demonstram que o controle da dor e uma escolha de protocolos adequados estão relacionados a uma melhor progressão o paciente, aumentando a sua sobrevida pós-operatória. Na visão do professor, isto basicamente está associado à escolha do anestésico, “uma preferência entre a anestesia intravenosa em lugar da inalatória e, especialmente, a escolha adequada da analgesia para o controle da dor”, diz Vilani.

 

A metástase logo na sequência de uma cirurgia de câncer está associada a uma alta mortalidade em casos de pequenos animais. Dados mostram que o câncer é a maior causa de morte de pets nos países ricos, muitas vezes vinculada ao aumento da expectativa de vida dos animais e queda de imunidade. “Um adequado controle da dor durante o momento operatório, a redução do stress cirúrgico está relacionada à diminuição da ocorrência da metástase, prolongando o tempo e qualidade de vida do paciente”, fala Vilani.

 

Agonistas na analgesia

O segundo simpósio, logo na sequência, aborda a fusão contínua de Alfa 2 agonistas, que são alternativas a infusão de opioides. “Estamos falando de um Alfa 2 específico a dexmedetomidina, que tem várias vantagens, como ser poupadora do consumo de oxigênio pelas células. Normalmente está relacionada à proteção de órgãos no período transoperatório. Ela entra como uma técnica adicional aos protocolos tradicionais ou até, em algumas situações, exclusiva no momento cirúrgico”, explica o professor. É uma nova oportunidade que pode ser feita de maneira simples, com menos efeitos indesejáveis, contribuindo para poupar a quantidade de anestésico imposto durante os procedimentos. “Tornando o procedimento mais seguro”, complementa.

 

Um panorama de consultório

Vilani comenta que os dois simpósios abordam temas que os profissionais lidam diariamente. “São relacionadas com a rotina do médico, às vezes o profissional não é cobrado pelo uso de um protocolo anestésico que reduza a chance de metástase. É uma evolução da medicina veterinária”, afirma. Segundo o especialista, quando se fala em controle da dor em paciente oncológico, trata-se daquilo que é visto nas clínicas e ambulatórios com grande frequência. “Porém, a abordagem é uma novidade, é algo mais avançado que estou trazendo para estimular as pessoas a pensar e trabalhar em cima dessas informações”, complementa. Já o segundo Simpósio sobre o uso da dexmedetomidina já é bastante aplicado. “As pessoas já poderão executar o procedimento porque é um medicamento que já está disponível e que trará resultado prático eficaz”.

 

Por fim, Vilani fala sobre a importância do Comdor, em que vê uma vantagem ser um ambiente em que, além dos grandes especialistas, há o veterinário do dia a dia. “É aquele que está na rotina, na frente de batalha, que atende o paciente na maior parte do tempo”, fala. E, também, um número grande de estudantes que podem buscar caminhos de estudo mais avançados.

DIA18_Ricardo Vilani

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