Impacto da Covid-19 no transporte rodoviário de cargas chega a 43,9%

15 de abril de 2020


No Paraná diminuiu 40,1%, estados como a Bahia, o Mato Grosso do Sul e Pernambuco registraram as maiores quedas na variação total

 

As medidas restritivas para a população brasileira, que incluíram o fechamento do comércio, a diminuição da circulação das pessoas pelas cidades e as orientações de trabalho à distância, fizeram com que muitas empresas diminuíssem ou até mesmo parassem suas atividades. Com isso, desde o início das restrições, o Departamento de Custos Operacionais (DECOPE) da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) vem monitorando diariamente o impacto causado no setor de transporte de cargas.

 

A atividade transportadora corresponde a cerca de 65% de tudo o que circula no país e tem influência tanto no abastecimento de cidades quanto na circulação de tudo o que é produzido. Diante dessa crise, o setor vem sofrendo grandes consequências de acordo com os dados colhidos através das transportadoras.

 

Os dados estão sendo apurados desde o dia 16 de março com empresas de vários tamanhos e segmentos de todo o Brasil ligadas à NTC&Logística e às suas entidades parceiras, que somam mais de 50 e juntas representam mais de 15 mil empresas associadas.

 

Após 4 semanas de acompanhamento, o número em porcentagem total chegou a 43,9% de queda no volume de cargas, sendo que, para cargas fracionadas, aquelas que contêm pequenos volumes, a queda chegou a 46,28%, número que corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e de shoppings, além de supermercados e outros estabelecimentos. Já para cargas lotação, que ocupam toda a capacidade dos veículos, a pesquisa demonstra diminuição de 41,84%, revelando a desaceleração do comércio geral, indústria automobilística, combustíveis e do agronegócio.

 

Os estados que apresentaram maior queda na variação são Bahia (55,8%), seguido do Mato Grosso do Sul (55,7%), Pernambuco (55%) e Pará (54,4%). Outras 14 regiões sofreram queda significativa, dentre elas o Paraná (40,1%), o 11⁰ Estado com maior queda.

 

Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, “essa é uma situação que preocupa, principalmente porque a cada semana estamos vendo esse número aumentar e sabemos o quanto de fato vem causando prejuízos ao setor. Estamos torcendo para que a retomada aconteça, mesmo que aos poucos, dando atenção às devidas precauções de higiene para manter a saúde de todos os envolvidos”.

 

Segundo o presidente do SETCEPAR (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná), Marcos Egídio Battistella, a pesquisa é um instrumento importante para reforçar a urgência de medidas e do apoio ao setor de transporte de cargas por parte dos entes públicos. “Temos uma preocupação muito grande com a saúde física dos caminhoneiros e com a saúde financeira das empresas transportadoras. Por isso, e pensando que devemos seguir rodando para fazer a distribuição dos itens que a população necessita, é fundamental esse auxílio do governo no sentido de postergação no pagamento de impostos para que possamos cumprir com as demais obrigações, como salários dos colaboradores”, explica.

 

A entidade permanecerá acompanhando a baixa no volume de cargas até o fim da crise com o objetivo de continuar apresentando as demandas do setor às autoridades públicas.

 

O SETCEPAR – Criado em 1942, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (SETCEPAR) representa 12 mil empresas em 265 cidades do estado e oferece aos associados diversos serviços e eventos para fomentar melhorias no Transporte Rodoviário de Cargas. É porta-voz do setor e de forte atuação na capacitação das empresas, contribui decisivamente para desenvolver a economia regional. Mais informações: (41) 3014-5151 e www.setcepar.com.br.

 

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