O empresário Kim Gurtensten Fabri comanda a Earth Renewable Technologies, primeira indústria do Brasil a produzir plásticos a partir de polímeros, biodegradáveis e compostáveis em até seis meses
Pela primeira vez na história, uma empresa produz em território nacional uma solução alternativa a plásticos derivados de petróleo. São os plásticos de base orgânica, feitos a partir de materiais renováveis, que oferecem a marcas de todos os segmentos a possibilidade de substituir suas embalagens tradicionais por outros recipientes plásticos para qualquer uso e em qualquer formato, mas tendo em comum o fato de serem totalmente funcionais, biodegradáveis e compostáveis.
É assumindo este papel de “sustainability house” – um hub de pesquisa de soluções verdes – que a Earth Renewable Technologies (ERT) oficializa sua operação no Brasil. A missão pioneira é fazer do plástico que desintegra em até seis meses uma solução viável para marcas interessadas em substituir suas embalagens plásticas tradicionais, sejam elas alimentícias, cosméticas, garrafas, canetas, vidros, talheres, copos, bandejas, sacolas de compras, dispositivos médicos e não tecidos.
“Isso é possível com a aplicação do nosso biopolímero, feito com base biológica a partir de materiais renováveis, que atende as normas técnicas e apresenta a mesma performance, mas com menor impacto ambiental. Nossa solução empodera as empresas e as conduz em direção aos conceitos mais concretos de economia circular, reduzindo suas pegadas de carbono, diminuindo a dependência de plásticos de origem fóssil, focando no desperdício zero e reduzindo o descarte de lixo plástico não degradável na natureza”, pontua Kim Gurtensten Fabri, Chief Executive Officer (CEO/foto) da Earth Renewable Technologies.
Ele conta que o processo começou há 11 anos, quando a ERT desenvolveu em conjunto com a Clemsom University (instituição de ensino referência em engenharia de polímeros, na Carolina do Sul/EUA) a Short Fiber Reinforced Polymer (SFRP). A fibra foi patenteada como a primeira tecnologia capaz de modificar drasticamente a performance de biopolímeros e entregar aplicações antes desconhecidas para estes materiais. “Isso se dá pelo uso de bioplásticos, que são produtos de base biológica, derivados de plantas e outros materiais renováveis agrícolas, marinhos e florestais”, explica Kim.
Funcionamento na prática
Na prática, a solução da ERT permite criar e customizar os mais variados tipos de recipiente, para diversos formatos de indústria, tornando-os efetivamente funcionais. Um exemplo é a sacola PLA Biobased, item biodegradável obtido de fontes renováveis (vegetais) e as embalagens feitas especialmente para a Melíponas (a EarthBottle, primeira embalagem compostável para envase de própolis). “Nosso pioneirismo e diferencial estão atrelados à funcionalidade e amplitude da nossa tecnologia. É uma solução que atende o varejo, o setor de serviços e a indústria com a mesma eficiência”, resume Emanuel Martins, Chief Operating Officer (COO) da Earth Renewable Technologies.
Uma ideia inovadora e promissora, ainda mais quando falamos do Brasil, país que ocupa a triste posição de 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, segundo o relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização”, apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4) em 2019. O mesmo estudo diz ainda que o Brasil recicla apenas 1,2% do plástico consumido nacionalmente.
Estrategicamente instalada em Curitiba (PR) – não por acaso na capital que é referência nacional no trinômio ecologia, reciclagem e sustentabilidade –, a ERT tem pela frente alguns desafios. O primeiro é aliviar o fator custo, intrínseco a qualquer tipo de inovação – ainda mais alto que o plástico não-renovável. O segundo é vencer a barreira dos “Oxibiodegradáveis”, que levam aditivo no plástico convencional e se fragmentam, contaminando o solo e o meio ambiente em geral. Por fim, promover uma disruptura no setor industrial nacional e emplacar de vez a sustentabilidade no meio corporativo, ainda um pouco tímido em relação ao uso de soluções biodegradáveis em suas linhas de produção.
Presente nos Estados Unidos e em outros países da Europa, a ERT prepara-se para conquistar o mercado brasileiro. “Nossa solução única, que entrega propósito e sustentabilidade às marcas, somada a um mercado que se mostra aberto a serviços e produtos sustentáveis e pós-planeta, torna o Brasil um campo promissor para nossa atuação e a expectativa de nos tornarmos líderes no segmento de biopolímeros”, conclui Kim.
Sobre – A Earth Renewable Technologies (ERT) foi fundada em 2009 com a missão de substituir embalagens plásticas por matérias biodegradáveis. Patenteou a SFRP (Short Fiber Reinforced Polymer), tecnologia pioneira capaz de modificar drasticamente a performance de biopolímeros e entregar aplicações antes desconhecidas para estes materiais. Desde então, a empresa vem apresentando ao mercado novas tecnologias, revolucionando o mercado de biopolímeros e permitindo às empresas seguirem verdadeiramente em direção a economia circular.