As mudas japonesas são produzidas em copos de papel e mantidas em estufas aquecidas por um período médio de seis meses
A palestra de abertura da 3ª edição da Feira Internacional da Mandioca – FIMAN, na tarde desta terça-feira (21), trouxe as perspectivas da produção de mandioca no Japão. “Quando começamos a plantar mandioca no Japão, queríamos dar um novo sentido à agricultura do país, com a inserção de um produto que tínhamos certeza que cairia muito bem na mesa dos japoneses”, contextualizou o palestrante Walter Toshio Saito, diretor-presidente da empresa do setor agrícola, Kabushiki Kaisha TS.
Saito explicou que o maior desafio para o plantio de mandioca no Japão são as baixas temperaturas. “Para produzir boas mudas, precisamos de uma temperatura média mínima de 16ºC. Essas condições só encontramos na parte sul do Japão, na região de Okinawa. Mas lá, o solo é muito pedregoso e impróprio para o plantio. Então nós produzimos as mudas em copos de papel, mantemos dentro de estufas na região de Okinawa à temperatura média de 20ºC por um período de mais ou menos seis meses, e depois levamos essas mudas para a região de Saitama (no Norte), onde as condições do solo são favoráveis para o plantio. Assim conseguimos ganhar tempo no processo de produção que é de pelo menos 12 meses”.
Segundo Saito, este sistema de antecipação na produção das mudas é uma técnica simples, mas que funciona muito bem no Japão. “Lá, como nossa produção é somente de mandioca de mesa (e não para fazer polvilho), nós plantamos as mudas em pé. Assim, as raízes se abrem horizontalmente e de forma reta, o que dá mais valor ao produto. Além disso, com a produção em pé, as plantas chegam crescer até dois metros de altura e a produzir de 10kg a 14kg, praticamente o dobro das raízes produzidas no Brasil. São detalhes de produção diferenciados que nos ajudam a manter a qualidade da raiz, com bastante maciez e sabor”.
Jornalista: Keila Metz
Fotos: Frederico Junglaus
Coordenação: Básica Comunicações