Antigamente você podia fazer um treinamento para uma única tarefa. Hoje as necessidades de desenvolvimento e as competências são mais amplas. Portanto, o processo de universidade corporativa precisa ser ampliado.
Já não é novidade que as transformações estão acontecendo o tempo todo e em todos os lugares. Com a aprendizagem empresarial não seria diferente. Um exemplo disso é a evolução no conceito de Universidades Corporativas ao longo do tempo.
O modelo que teve início na década de 1950, e que até pouco tempo era visto nas organizações, foi pensado para oferecer treinamentos para os colaboradores. Mas em um mundo cada vez mais complexo, multifacetado e com as visões de desenvolvimento ampliadas, os novos modelos de Universidade Corporativa passaram para além de treinar, atuando na gestão do conhecimento da corporação para que o time esteja preparado para enfrentar os desafios e apoiar o desenvolvimento da empresa.
Em conversa com a ABRH-PR, a Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento e Presidente do Grupo Educacional Opet, Adriana Karam, pontuou que atualmente, o aprendizado empresarial é entendido de maneira mais ampla do que somente treinar os funcionários. Neste novo movimento, o jeito de fazer educação corporativa também mudou.
“Nós estamos vivendo um momento de repensar como se faz resultados na organização. Anteriormente, havia um conceito de que a atuação das empresas era feita de maneira mais individualizada, construindo suas próprias competências para atuar e competir no mercado. Hoje, trabalhamos com o conceito de ecossistema, ou seja, buscamos geração de valor para as organizações em regime de cooperação e co-criação com outras organizações. Se a gente cria valor no ecossistema, há necessidade de se aprender a viver e gerar valor por meio deste ecossistema. Neste sentido, a Universidade Corporativa também precisa se valer disso, das possibilidades do ecossistema interno e externo às organizações”, explica Karam.
Inovações e desafios
Em um cenário cada vez mais inovador, a Universidade Corporativa também já presencia a inserção de práticas inovadoras. Por exemplo, o uso de inteligência artificial, trazendo trilhas individualizadas de aprendizagem e de desenvolvimento de competências.
O jeito de fazer educação também segue inovando. Os ensinamentos rompem com a ideia enraizada do que são aulas, sendo praticados através de experiências, com plataformas cada vez mais adaptativas e até mesmo utilizando o entretenimento, com destaque para a gamificação.
“Antigamente você podia fazer um treinamento para uma única tarefa. Hoje as necessidades de desenvolvimento e as competências são mais amplas. Portanto, o processo de universidade corporativa precisa ser ampliado”, explica Karam.
Neste sentido, um conceito inovador que tem se expandido é o de Universidade Corporativa em Rede, no qual não se pensa exclusivamente em uma universidade interna como antes, uma vez que as competências são complexas e variadas. Neste conceito, estimula-se parcerias entre diferentes áreas da organização, com instituições de ensino, consultorias de desenvolvimento e até mesmo com outras empresas do setor, tornando o processo mais colaborativo, com múltiplas conexões e uma visão ampliada de aprendizagem.
Diante dessa evolução, os desafios também surgem. As organizações precisam se adequar às rápidas mudanças tecnológicas que empresas e, o mundo como um todo, estão vivendo. Mais do que uma transformação digital, o jeito de pensar os negócios também muda. Fazer com que as Universidades Corporativas preparem pessoas para o novo, é desafiador. Principalmente porque é preciso avaliar o quanto o que é aprendido impacta nos resultados da organização.
“Ao mesmo tempo que é intangível, pois falamos de pessoas que aprendem de jeitos diferentes, em tempos diferentes, a gente precisa fazer com que elas estejam preparadas para contribuir com o desenvolvimento da organização e de suas pessoas. Quando estamos pensando em Universidade Corporativa, estamos pensando nisso”, finaliza Karam.