CREA-PR inicia discussão sobre necessidade de desenvolvimento e implantação de políticas estaduais de saneamento

4 de julho de 2011


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O presidente do CONFEA, engenheiro civil Marco Tulio de Melo, acompanhou a abertura  do  seminário  “Saneamento: um desafio de nossos tempos – Por uma política estadual de saneamento”, realizada nesta segunda-feira e promovida pelo  CREA-PR e pela ABES-seção Paraná (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) em Curitiba.

Tulio de Melo elogiou a iniciativa e o ineditismo da proposta. “Presenciar a discussão deste  tema  feita  em primeira mão pelo CREA-PR mostra que a engenharia paranaense está alinhada com a seriedade e urgência do assunto”, disse.

Para o presidente, este é um momento interessante para o Brasil, quando, a partir da retomada  da  perspectiva  do crescimento, começamos a planejar ações  necessárias  a este desenvolvimento. “Viemos de um processo anterior onde o baixo investimento inviabilizava uma visão de médio e longo prazo, bem como o investimento em planejamento”, disse. “Hoje existe um movimento no País que busca refletir sobre área estratégica que é o saneamento básico no que diz respeito à universalização  do atendimento de água tratada, coleta e  tratamento de esgoto e também os projetos evoluídos com dados da área de coleta de resíduos sólidos e o seu tratamento”.

De acordo com ele, são estimados em 20 anos recursos da ordem de R$ 420 bilhões  no setor, resgatando um passivo muito grande que o Brasil tinha de investimento  na  área.  “Se temos perspectivas deste  financiamento,  é imprescindível  alavancar  e  resgatar  no  país  a  cultura técnica do bom projeto,  que antecede ao bom investimento. Temos que enfocar na capacidade técnica e no assessoramento e valorização das equipes”, frisou.

O  engenheiro  sanitarista  Edgard  Faust  Filho,  presidente  da  ABES-PR, comentou  que  por  21  anos  o  Brasil  ficou  sem diretrizes nacionais de saneamento.  “Queremos retomar esta pauta e que a discussão continue e tome consistência. Por isso  importância de definir e implementar uma política estadual,  cuidando  que  este  planejamento  tenha  ligações com os planos diretores  das  cidades,  bem  como com os planos de bacias hidrográficas”, citou,  avisando  aos presentes que a Abes-PR e o CREA-PR já agendaram para novembro um novo seminário, a fim de aprofundar o debate dos temas técnicos apresentados neste encontro.

Finalizando  a  abertura  do seminário, o presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, comentou que na Agenda Parlamentar desenvolvida pelo  Conselho  já foi identificado este grande problema da desmontagem que as  prefeituras  sofreram.  “É urgente a recomposição dos quadros técnicos também  com  foco  na  área  de saneamento, ambiental e de planejamento, de forma a dar conta de todas as políticas que devem ser implementadas através de  seus  planos  diretores”. Cabrini falou que o governo do Paraná assumiu metas  ousadas no caso do saneamento, e que elas somente serão cumpridas os quadros  técnicos  forem  reequipados.  “Há mais  de  20 anos o Paraná não contrata  profissionais.  Daqui  a  três  anos,  80%  do quadro do DER, por

exemplo,   estará  aposentado.  Não  há  política  pública  que  possa  ser implementada  na  área  de  engenharia  com  uma  defasagem  desse  porte”, argumentou.   “Precisamos  elaborar   uma  política  estadual  pautada  em instrumentos  estabelecidos  nas  diretrizes  nacionais, visualizando que o tema  saneamento básico não se resume apenas a água e esgoto, e sim a água, esgoto, resíduos sólidos urbanos e drenagem urbana”.

O encontro  acontece até terça-feira (5/07), no Auditório do Bloco Azul da Universidade  Positivo. Da programação constam palestras de órgãos públicos estaduais que atuam na área de saneamento, órgãos nacionais como Ministério das Cidades, Funasa e de estados brasileiros.

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