Análise curricular pode ser entrave às Novas DCNs

20 de dezembro de 2021


O tema “Engenharia Civil: DCNs – Desafios para a formação e exercício profissional” pautou a palestra do Eng. Civil e Doutor Dante Alves Medeiros na tarde de hoje (16/12) no 26º CBENC. “Atualmente, em nosso momento histórico, estamos sofrendo grandes transformações, grandes revoluções das redes de computadores e de tudo ao seu entorno. Essa revolução também chega nas escolas, o que gera uma nova forma de educar, aprender, se comunicar e interagir, nascendo novas provas curriculares”, disse.

Ele recordou que, de 1961 a 1996, o Brasil foi pautado pelos chamados “currículos mínimos”, que são a definição básica do que seria um curso de graduação de Engenheira, com disciplinas específicas. “Era uma educação comportamentalista, baseada em testes que verificavam se o aluno tinha aprendido ou não. Havia igualdade de conteúdo, mesma duração, disciplinas muito parecidas em todas as universidades. A prática da Engenheira Civil foi materializada nos currículos mínimos, logo após a regulamentação da profissão”, contou.

Em 1996, o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ainda em vigor, trouxe consigo as diretrizes curriculares nacionais. “Com ela, os fundamentos da educação brasileira começam a mudar e passaram a incorporar aspectos cognitivos da aprendizagem, como competências, habilidades e atitudes. Nascem as Engenharias mais modernas e ousadas, como a acústica, a ferroviária, a condominial”, explicou.

Já a partir de 2023, o Brasil viverá mais uma grande mudança na educação, com a implantação das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais. “Elas trarão uma grande flexibilidade curricular, o que significa a possibilidade de cursos de Engenharia diferentes em cada região do Brasil, atendendo às demandas sociais locais. É um modelo de ensino contemporâneo, mais prático e próximo da realidade, mais conectado com as novas tecnologias e que gera mais integração com a vida e com a sociedade”, falou.

Para ele, essa mudança representa um grande desafio para o Sistema Confea/Crea, hoje baseado na análise curricular. “Estamos desequilibrados em relação a outras profissões, nas quais os currículos são semelhantes, mas não existe essa análise. O que determina as atribuições das profissões são decretos e leis. O que precisamos são diretrizes curriculares únicas, mas não disciplinas iguais. Isso pode ser feito dentro do que preconiza a profissão e, em harmonia com a legislação profissional, dispensará a análise curricular. Haverá, então, uma integração do sistema acadêmico com o Sistema Profissional e um grande avanço no ensino de Engenharia no país”, avaliou. O painel foi mediado pelo Eng. Civil João Luís Collares.

O 26º CBENC é organizado pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC) e acontece até amanhã (17/12) na sede do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

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