Os resultados da pesquisa “Juntas por Uma Causa – empoderamento feminino no mundo corporativo”, realizada pela ABRH-PR em parceria com Great Place to Work, foram apresentados no dia 31/03 (quarta-feira), no Bom Dia RH. O evento on-line foi conduzido pela presidente da ABRH-PR, Andréa Gauté, e contou com as considerações da Diretora da GPTW Claudia Malschitzky (GPTW), de Regina Arns (MEX Brasil) e de Birgit Keller Marsilli (BPW Curitiba).
Ao considerar relevante falar sobre igualdade de gênero no cenário corporativo, a presidente da ABRH-PR afirmou que embora seja uma pauta comum entre as ações de diversidade, a liderança feminina ainda é um tema com pouco investimento nas organizações, e saber como fomentá-la projetos é um dos principais desafios.
Andréa Gauté observou que o panorama da presença da mulher no mercado de trabalho pouco se alterou desde 2013. No período de pandemia esse cenário foi de estagnação com a saída de trabalhadoras por força dos programas de demissão e até mesmo por vontade própria. Ela ainda salientou a importância do trabalho colaborativo, da convergência de propósitos, de união de forças e da integração.
Juntas por uma causa
De acordo com Claudia Malschitzky, a pesquisa teve por objetivo mapear no universo corporativo do Paraná os talentos femininos, uma vez que esses talentos atuais serão as profissionais do futuro, que formarão a liderança feminina empoderada. Participaram da pesquisa, 134 organizações, cujo questionário foi baseado em três perguntas: sua empresa sabe identificar onde estão os talentos femininos? Sua empresa tem um programa formal de desenvolvimento feminino? E em uma escala de 0 a 10, o quanto você considera um programa de desenvolvimento de talentos femininos importantes?
A pesquisa verificou que não existe diferença significativa entre a quantidade de funcionários e os programas de identificação de talentos. “Enviamos a pesquisa para empresas de 0 a 1000 colaboradores e não houve uma concentração, mostrando que todas têm interesse no assunto”, observa Claudia. Com relação à identificação de talentos, os resultados apontaram que 66% das empresas não sabem identificar e 34%, sim. O levantamento mostrou que 20% das entrevistas têm programa formal de desenvolvimento feminino; 14% estão desenvolvendo, mas a grande maioria, 60%, não dispõe de programas específicos.
Nesse contexto, Claudia afirma que, enquanto as empresas não tiverem indicadores e resultados, será muito mais lento o caminho para uma mudança cultural, considerando a importância de programas específicos para as mulheres. E provoca: “não basta amar a causa, mas é preciso, realmente, fazermos algo tangível na organização para que o tema da liderança feminina se já inserida na agenda executiva”.
Sobre a questão da importância de programas de desenvolvimento de talentos femininos, a pesquisa revelou que 66% responderam que consideram a implantação desses programas muito importante, porém 20% implantaram. “Isso acontece porque o tema ainda não está numa agenda executiva e abrindo as respostas nota-se que a importância está numa escala de 8 a 10 para 85% das pessoas”, observa Claudia.
Claudia resumiu os principais resultados da pesquisa: 67% das empresas consideram importante ter um programa específico e apenas 5 têm implantado; não existe diferença significativa entre a quantidade de funcionários e os programas de identidade de talentos; 90% entendem diversidade como tema importantíssimo dentro da organização numa escala de 8 a 10; 87% das empresas dizem que identificam seus talentos femininos e 0,4% têm programas específicos para mulheres.
“Fica claro quando avaliamos os resultados que “de todas as respostas vemos apenas 4 ou 5 empresas que têm comitês de diversidade como foco específico, os demais programas a mulheres está inserida com maus um ponto a ser olhado”, sublinha Claudia.
Birgit Keller Marsilli ressalta que quando se olha para o resultado de que apenas 0,02% do público-alvo respondeu a pesquisa por completo, observa-se uma lacuna que deve ser preenchida. “Devemos chegar nessas empresas e nos colocarmos à disposição para colaborar e levar de uma forma prática o tema para a mesa executiva”. Reformou que as empresas que tem liderança feminina são mais produtivas e prósperas, porque melhoram o ambiente organizacional tornando mais diverso e inclusivo.
Em sua participação, Regina Arns disse que pesquisas como essa norteiam o caminho para ação e retrata que a mulher importa. “Precisamos acelerar ações, programas de desenvolvimento de liderança feminina e de talentos e realizar pesquisas científicas, nada de achismo, a discussão deve ser ampla, mas principalmente é necessário estarmos conectadas”.
André Gauté finalizou a apresentação informando que a pesquisa será amplamente divulgada. “Precisamos fazer eco e trazer esse tema para a pauta do executivo”. Além disso, disse que em abril será realizado o primeiro fórum Mulher da ABRH-PR, com discussões, definição de temas e identificação de frentes de trabalho.
Acesse a íntegra da apresentação em: https://www.youtube.com/watch?v=JHzrqsqU2u8