Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSAA reforma da proposta de governo da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, serviu de gancho para uma charge que gerou protestos de sua Coordenação de Campanha.
O desenho compara a candidata a uma garota de propaganda, em analogia ao suposto relaxamento de algumas de suas propostas de governo. De autoria do chargista Nani, o desenho, reproduzido no blog do jornalista Josias de Souza, da Folha de S.Paulo, mostra a candidata encostada em uma parede de esquina, rodando uma bolsa e anunciando que “o programa, quem faz são os fregueses; PMDB: Barba, cabelo e bigode; PDT: papai e mamãe. E vai por aí…”.
De acordo com apuração da reportagem do Portal IMPRENSA, o departamento jurídico da campanha de Dilma estuda medidas criminais contra os responsáveis pela charge e pretende se pronunciar oficialmente sobre a decisão no final da tarde desta quinta-feira (08).
Segundo a ex-ministra-chefe da Casa Civil, a primeira versão do programa de governo aprovado pelo Congresso Nacional do PT, em fevereiro, foi enviada por engano ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ocasião do registro de sua candidatura. Por não “concordar” com pontos do projeto, o documento foi reformulado.
Ouvido pela reportagem, Nani declarou que a reação à charge é machista e motivada pelo fato de Dilma ser mulher. “A indignação deve ser vista como um ato de machismo, pois se trata de reação a uma crítica a uma política do sexo feminino”, disse, antes de acrescentar que a candidata é uma “figura pública e passível de crítica”.
O chargista lembrou que teve charges censuradas durante a ditadura militar, “nunca na democracia” e que produziu desenhos sobre diversas personalidades políticas, sem ter sido repreendido em nenhuma ocasião pelos citados em seu trabalho. “Já fiz charges com vários políticos colocando-os nus ou em trajes sumários – um artifício gráfico da linguagem do humor – Sarney, Itamar, Collor, FHC, ACM, Lula e outros”, observou.
Na sua opinião, o PT não irá “transformar a Dilma em nosso Maomé”, disse, em alusão à charge que gerou protestos de parte da comunidade muçulmana