Na última quarta-feira (04/12), o Grupo de Aprendizado e Conexão – 50+ da ABRH-PR se reuniu para discutir o tema “Desafios e oportunidades da diversidade etária e inclusão 50+”. Mediado pela coordenadora do grupo, Serli Szvarça, a última live de 2024 contou com a participação de Mórris Litvak, fundador e CEO da plataforma Maturi – uma plataforma líder para profissionais maduros.
De acordo com Mórris, a Maturi surgiu em 2015 como um site de vagas para pessoas acima de 50 anos. Atualmente são mais de 250 mil cadastros na plataforma, que além de vagas, oferece cursos, trilhas de autoconhecimento, networking e suporte às empresas que querem diversificar e incluir estes profissionais.
“Existe muito interesse das empresas em aprender sobre isso. Então hoje a gente também atua como consultoria para ajudá-las a estruturar um pilar de gerações, fazer pesquisas e diagnósticos, treinar líderes e RH para que eles estejam aptos a receber e entender como se integra gerações”, detalhou Mórris.
Durante a live, o fundador e CEO também apresentou alguns dados sobre o tema no Brasil. Segundo ele, o Brasil tem em média apenas 5% de colaboradores 50+ em atividade, sendo que mais de 56 milhões de brasileiros estão acima dessa faixa etária: “O percentual de contratação nos últimos 12 meses está entre 1 e 2% então temos um longo caminho para percorrer”, afirmou.
Vantagens estratégicas para empresas com oportunidades para 50+
Entre os pontos abordados na live, a necessidade de educar o mercado para o futuro foi frequentemente debatido. “Estamos passando pelo o que é chamado ‘revolução da longevidade’, principal revolução do século 21. A gente está vivendo mais e tendo menos filhos. Isso vai impactar a sociedade toda e, consequentemente, o mercado de trabalho. Se hoje para as empresas é difícil reter os jovens, o futuro ainda será mais desafiador”, pontuou Mórris.
Assim, empresas que atuam para promover oportunidades para os 50+ também estarão adquirindo vantagens estratégicas. Além de maior experiência de vida e profissional, estes profissionais também são ativos, têm muita vontade de contribuir, apresentam comprometimento muito alto e diversas soft skills que se diferenciam no mercado.
Para Mórris, pesquisas e cases já demonstram que a intergeracionalidade nas organizações promove mais criatividade e inovação, melhora o clima, diminui rotatividade, reduz custos e gera mais lucro.
Entretanto, gerir várias gerações é um desafio. Hoje em dia já se percebe até quatro gerações trabalhando em um mesmo ambiente. Portanto, é necessário um olhar estratégico dos gestores com suporte de pesquisas qualitativas e quantitativas, treinamentos, mentorias e etc.
“A gente ainda precisa ter uma mudança cultural muito grande para se preparar para esse futuro que está chegando. Isso tem a ver com a sobrevivência das empresas. Mais do que uma questão social, porque sim estamos falando de mais diversidade, inclusão e equidade, mas também é estratégico para o futuro do negócio. A força de trabalho está envelhecendo e o público consumidor está envelhecendo. É preciso criar um ambiente de diálogo geracional e não choque geracional”, explicou Mórris.
Novas adaptações às formas de seleção e contratação
Ao final da live, o fundador e CEO da plataforma Maturi também chamou atenção para a inclusão em processos seletivos e nas formas de contratação. Segundo ele, as empresas devem se questionar se as vagas estão sendo divulgadas adequadamente para esse público.
Muitas das vezes a forma de comunicação, seja escrita ou visual, está voltada para os jovens e o desenvolvimento do processo seletivo acaba afastando profissionais mais maduros. Outro ponto importante diz respeito a forma de contratação. Mórris pontuou que em outros países já é comum contratação por projeto, por exemplo, e pensar em outras formas de contrato também é um trabalho a ser feito.
“Gosto de falar sempre que o futuro é intergeracional. A gente precisa se preparar para isso como indivíduo, como profissional e nos negócios, para esse futuro que está chegando mais rápido do que parece”, finalizou Mórris.