O jornalista, economista e colunista da ISTOÉ Dinheiro e Portal IG, Luís Artur Nogueira, falou sobre o futuro econômico e as oportunidade$ no Brasil. A palestra foi interativa e dinâmica e contou com participação do publico por meio de perguntas que foram respondidas ao longo da apresentação.
Nogueira abordou o cenário mundial e os impactos do coronavírus na economia e disse que está otimista com a recuperação econômica, apesar do quadro de recessão mundial. Comentou que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pela supremacia tecnológica poderá reduzir o consumo e respingar no Brasil. E ressaltou que é a favor de uma política externa abrangente com a consolidação dos negócios com todos os mercados e parceiros internacionais”.
O jornalista disse que a pandemia jogou o mundo para um processo recessivo em 2020, e encolheu em média de 3% a 4%, e estima um crescimento econômico brasileiro de 3,5% para 2021 e 3% para 2022.
Conforme projeções do economista, o único setor que não encolheu e continuará crescendo é o agronegócio. Nogueira pontuou que se não fosse o crédito das cooperativas e das fintechs financeiras, os médios e pequenos empreendedores teriam sido prejudicados em grande escala pelos efeitos da pandemia. Recomendou que “as empresas de tecnologia devem ter um olhar mais significativo para esse lado e conseguir abrir um braço de seus negócios no agronegócio, que continuará sendo o setor mais forte da economia brasileira”.
Ao comentar os impactos da pandemia na economia nacional, Nogueira destacou a alta do dólar, bem como a queda nas bolsas de valores, o fechamento de fábricas e do varejo e também a redução de salários, jornada de trabalho e desemprego. Para passar pelo momento da crise. O jornalista comenta que a partir do ano que vem há um enorme desafio: encerrar o auxílio emergencial e criar um programa de renda. O fato é que esse programa vai substituir o Bolsa Família para evitar que a renda de milhões de brasileiros despenque da noite para o dia”, disse.
Do ponto de vista político e sua influência no cenário econômico, Nogueira vê alguns problemas, entre eles, a briga entre os liberais e os desenvolvimentistas que pode desaguar em duas vertentes: criar o populismo econômico ou contribuir para a recuperação. E ainda disse que a maior incerteza política é a eleição para presidência da Câmara dos Deputados e Senado Federal, “conforme o resultado poderá á paralisar o governo ou acelerar a recuperação”.
Destacou alguns fatores imprescindíveis para que o Brasil consiga enfrentar o quadro recessivo imposto pela pandemia: vacina segura, eficaz e em grande escala, ajuste fiscal e estabilidade institucional.
Sobre as oportunidades para o Brasil, Nogueira ressaltou que os investidores, empreendedores e governo devem pensar que: o mercado consumidor brasileiro é o maior do mundo, temos a maior oferta de projetos de infraestrutura do mundo, somos uma liderança produtiva e tecnológica no agronegócio, a tecnologia no país está mais barata e acessível, o consumidor aprendeu a usar mais os canais digitais, houve um crescimento de projetos multiplataformas. E, por último, o mercado físico deve proporcionar experiências inesquecíveis aos seus clientes. Nogueira finaliza sua apresentação assegurando que o desafio ouro para a economia é desvendar esse “novo” consumidor pós-pandemia.
RESULTADO DA ENQUETE
1 – O Brasil terá pelo menos uma vacina segura, eficaz e em larga escala até o fim do 1º semestre de 2021?
Sim – 74%
Não – 26%
2 – O que é mais importante para o Brasil neste momento?
Reabrir a economia – 78%
Controlar a pandemia – 15%
Equilibrar os dois desafios 7%
3 – Qual é o fator mais importante pra estimular a inovação e o empreendedorismo no Brasil ?
Mais crédito – 15%
Menos burocracia – 44%
Segurança jurídica – 8%
Simplificação tributária – 33%
4- Quando a pandemia acabar, os consumidores terão realmente incorporado um novo comportamento?
Sim, em grande parte – 68%
Não, a maioria volta ao que era antes – 32%
5 – Daqui 12 meses, como estará o desempenho dos seus negócios:
Melhor – 81%
Igual – 15%
Pior – 7%