Da Redação
O diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S. Paulo, Ricardo Gandour, negou que a saída da colunista Maria Rita Kehl tenha sido uma censura ao artigo “Dois Pesos”, em que critica a desqualificação do voto das classes D e E e faz comentários favoráveis ao programa Bolsa Família, do Governo Federal.
De acordo com Gandour, não houve demissão, mas sim o cumprimento de algo que já havia sido pensado. “Não é demissão… colunistas se revezam, cumprem ciclos. A Chris Mello saiu do jornal em agosto, o Mark Margolis entrou em outra seção. O jornal tem 92 colunistas, e esse ano saíram três e entraram três ou quatro. O que estava havendo aí era a simples gestão de uma coluna específica”, explicou ao Terra Magazine.
Gandour afirmou que já havia uma discussão sobre a coluna da psicanalista. “O projeto original no caderno “C2 + Música” é de ter ali, aos sábados, um espaço em torno da psicanálise. Um divã para os leitores. Mas esse não era o enfoque que ela vinha praticando e frequentemente conversávamos sobre isso”.
O diretor disse que o jornal já conversava com Maria Rita quando vazou comentários na web sobre o futuro da coluna. “Havia uma discussão em torno de novos rumos para a coluna, essa conversa começou na última terça-feira pela manhã, (…) Horas depois, houve um vazamento na internet que precipitou a decisão. Não houve censura. Tanto que a coluna saiu integralmente”.
O jornalista fez questão de enfatizar que a coluna, que continua no ar, foi publicada integralmente “sem mexer em uma vírgula”. “Tinha uma conversa em torno dos rumos daquele espaço. Estão dizendo que foi a coluna de sábado que causou isso, mas não foi, não. Era o foco daquele espaço que era outro. Claro que a coluna de sábado foi uma coluna forte… Dentro da questão de que não era esse o foco.”
Para o diretor, o período eleitoral contribuiu para uma leitura “histérica” do caso.
Fonte: site Comunique-se