Evento marca apoio da ACP ao Movimento Consciência Tributária

10 de julho de 2024


As implicações do novo sistema tributário nas empresas, que está em processo de regulamentação na Câmara dos Deputados, foram debatidas na Associação Comercial do Paraná (ACP) durante o lançamento do Movimento Consciência Tributária, que aconteceu na noite de terça-feira (9), seguido de palestras sobre o tema “Perspectivas sobre a Reforma Tributária”. O Movimento é uma iniciativa da Associação Comercial de Pernambuco e tem ganhado adesões pelo país, conscientizando e esclarecendo os empresários sobre as mudanças provocadas pela reforma tributária.

Promovido pelo Conselho de Tributação da ACP, o encontro contou com a presença de Tiago Carneiro, presidente da Associação Comercial de Pernambuco, que fez o lançamento do Movimento, e com as palestras de Carlos Luiz Strapazzom, doutor e mestre em Direito, professor na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e na Universidade Positivo; e de Josiane Becker, advogada pública, doutora e mestre em Direito Tributário, pós-doutora pela Universitá de Messina, também professora de Direito na Universidade Positivo.

O presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone, deu as boas-vindas aos presentes. “Estamos abordando uma pauta desafiadora, diária e histórica nesse país. Temos a responsabilidade seja como cidadão, seja como instituição, de buscar o que é melhor para nós e para quem depende de nós”, afirmou, saudando a todos.

O coordenador da Conselho de Tributação, Bruno Prazeres, destacou o caráter técnico do tema e reiterou o apoio da ACP ao Movimento. “Este suporte é muito importante e certamente trará resultados para os empresários de todo Brasil”, resumiu. O coordenador do Conselho Jurídico da ACP, Eduardo Stremel, também destacou a importância do movimento, assim como o conselheiro tributário, Robson Prazeres, que foi o mediador das palestras.

Perspectivas com a reforma tributária

Advogado e empresário, Tiago Carneiro explicou que o Movimento surgiu por conta da sua inquietude com o sistema tributário, que hoje resulta em muitos litígios judiciais. “São duas mil horas de trabalho ao ano em processos. É um sistema complexo. A Receita Federal tem três principais sistemas para monitorar ações dos cidadãos e empresas e isso implica em judicialização. Acreditamos no caminhar junto, na colaboração entre o setor público e o setor privado para um sistema tributário mais justo e transparente”, salientou.

Conforme dados apresentados, o valor acumulado de pedidos pendentes de análise em processos tributários hoje é de R$ 245.967.201.858, 65. Em 2023, foram contabilizadas 804 mil novas ações no sistema judiciário envolvendo o Direito Tributário.

A palestrante Josiane Becker destacou a importância da ACP promover o debate justamente na semana de votação na Câmara dos Deputados do projeto que regulamenta a reforma tributária. “Parabenizo a Casa porque não tenho visto muitos movimentos nessa semana e pela importância do tema, para alertar sobre as perspectivas e sobre o que precisamos entender. Não é só esperar o tempo de transição até 2033, já temos que ter movimentos internos nas empresas para mapear o que a reforma tributária está trazendo e como vamos nos ajustar”, alertou. “Precisamos avaliar o impacto e extrair valor disso. Quais são as novas incidências dentro das empresas? É necessário mapear para planejamento, pois há uma ampliação da base de tributação e isso precisa ser verificado”, orientou, lembrando que a reforma prevê um período de transição, e, entre 2026 e 2033, as empresas terão dois sistemas funcionando simultaneamente.

Para Carlos Luiz Strapazzom o movimento é muito importante diante das mudanças que a reforma apresenta. “Estamos falando aqui de cidadania, porque a reforma tributária vai impactar a todos e gerará uma série de desdobramentos que deverão ser vistoriados de perto”, pontuou. “A reforma tributária traz uma estrutura de tributação que não impede a tomada de decisão por parte do empreendedor e está alinhada aos avanços conquistados com o Plano Real (lançado em 1994). O momento é bom para que isso ocorra, mesmo com o país dividido politicamente. Teremos desafios, mas vejo como uma iniciativa que trará simplificação e aumentará a competitividade”, concluiu.

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