A primeira edição de 2023 do Projeto Engenhar, desenvolvido pela CRASA Infraestrutura, contou a apresentação do engenheiro civil Raphael Vieira de Holanda, que abordou o tema “A importância da tecnologia do concreto” para a construção civil. Há 18 anos no mercado de controle tecnológico, ele ocupa o cargo de diretor técnico da Holanda Engenharia e tem expertise em tecnologia e controle de qualidade do concreto e seus materiais constituintes.
A apresentação aconteceu na tarde de 24 de janeiro, em formato on-line, e foi aberta pelo Eng. Cid José Andreucci, presidente da companhia. “Mais uma vez nos reunimos para compartilhar conhecimentos. Falar de controle tecnológico do concreto é importante para valorizarmos ainda mais as atividades do laboratório que serão aplicadas em campo. Esse é um processo essencial para equilibrar custo, prazo e qualidade, impactando no resultado final da obra”. Também agradeceu a presença de todos e desatacou a parceria com a CRASA.
Raphael destacou que o controle tecnológico do concreto realiza ensaios e verifica se os materiais utilizados na produção atendem aos requisitos técnicos especificados (Normas, especificações de projeto, etc.). O processo inicia pelo preparo, controle, recebimento e aceitação do concreto, em todas as etapas: produção, transporte, lançamento e execução da peça concretada. O controle é muito importante para garantir o desempenho da estrutura e evitar patologias que possam comprometer sua vida útil e causar diversos impasses na construção civil.
“O controle tecnológico do concreto é um processo essencial em toda a obra, e aliado a um bom projeto e uma boa execução, proporciona segurança e qualidade ao projeto, reduz gastos desnecessários e evita retrabalhos. O resultado é a entrega de uma obra durável e satisfação do cliente”, destacou.
Segundo ele, esse controle se sustenta em três pilares: o que foi projetado, o que foi especificado e o que foi executado. “Tudo começa com a escolha dos materiais constituintes pela relação custo x benefício, que terá impacto no desempenho do concreto em estado fresco e endurecido, na uniformidade, durabilidade e sustentabilidade do projeto”. Ele mencionou a importância da realização de ensaios em laboratórios, bem como o completo e rigoroso registro da evidência e dos parâmetros do processo construtivo. “É fundamental ter o DNA da estrutura e garantir a rastreabilidade das informações, que devem estar em conformidade com as normas e requisitos técnicos, desde a entrada dos materiais constituintes, processamento (produção) e saída do concreto para a obra”.
A importância dos requisitos técnicos
Garantiu que se devem ser seguidos com rigor os requisitos técnicos e citou uma frase do promotor de justiça Roberto Tardelli para justificar sua afirmação: “Quando não se descumpre uma norma, assume-se, de imediato, um risco. Isso significa dizer que o risco foi assumido, ou seja, significa que está consciente do resultado lesivo”. Também relacionou a série de normas técnicas que devem ser consideradas.
Raphael comentou a importância da rastreabilidade dos tipos de concreto que deve ser feita ainda no seu início, antes mesmo da montagem das formas e armações de aço, levando-se em conta, principalmente, a combinação correta de cimento, agregados, água, adições e aditivos produz o concreto de acordo com as especificações do projeto.
Ainda em sua apresentação fez comentários sobre o passo a passo do controle de qualidade no laboratório para um resultado de excelência: amostragem, moldagem, transporte, desforma, identificação, cura, faceamento, ensaio, resultado e análise. Disse que a análise deve ser feita por períodos, para facilitar as correções e ajustes durante o processo.
Por fim, Raphael disse que o objetivo do controle tecnológico do concreto é equilibrar custo, prazo e qualidade para corrigir, neutralizar ou atenuar as doenças da estrutura, e garantir a vida útil da obra dentro dos conceitos específicos de durabilidade e requisitos técnicos.
O encerramento da primeira edição do Engenhar foi feito pelo diretor administrativo financeiro da CRASA, Rodrigo Titon. “A apresentação não foi uma palestra, mas uma aula que disseminou conhecimentos sérios que vem ao encontro dos projetos da companhia”.