Uma transição digital prevista para ocorrer de forma gradual e equilibrada, mas que teve que ser colocada em prática, e em alguns casos até atropelada, em poucos dias e semanas. A descrição desse cenário foi uma constante para boa parte das empresas ao redor do globo, em especial para aquelas que não estavam adaptadas ou aptas ao universo online de venda de serviços e produtos.
A integração entre as estruturas físicas e digitais nunca foi tão exigida quanto no momento atual, demandando das empresas respostas rápidas e decisões estratégias. Nos primeiros dias após a pandemia ser declarada em março, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABcomm) registrou que algumas empresas apresentaram um incremento de 180% em transações nas categorias “Alimentos”, “Bebidas”, “Beleza” e “Saúde”, fenômeno pouco comum nesta modalidade de venda.
As novas práticas se refletem em uma pesquisa realizada pela Criteo em maio, que apontou que 67% dos consumidores brasileiros descobriu ao menos uma nova forma de compra na pandemia. Além disso, 41% pretendem aumentam o volume de presentes comprados e entregues de forma online aos entes queridos nos próximos meses. As práticas gastronômicas, como destacado antes, devem seguir a tendência, com 52% da amostra inclinada a aumentar as compras virtuais de alimentos e manter a prática.
O aumento do volume das transações via e-commerce, que se manteve em alta após os meses iniciais da pandemia, também contou com a praticidade dos smartphones, parceiros inseparáveis de compra dos usuários. Nos meses correntes, que ainda seguem com a pandemia, os celulares chegaram a registrar até 70% do índice de compras online, ante 30% dos computadores tradicionais e notebooks, conforme a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
“Os clientes, mais do que nunca, desejam comodidade e segurança. No mundo hiper-conectado, elas estão buscando cada vez mais informações sobre os produtos e serviços disponíveis nos meios virtuais”, explica Ricardo Montanher, diretor da Horizons Telecom. Com isso, a presença digital das empresas em marketplaces (lojas virtuais em que o cliente pode comprar itens de diferentes varejistas) e nas redes sociais se tornou ainda mais urgente.
“Essa maior amplitude tem sido visível principalmente em organizações que antes se encontravam defasadas desde o ponto de vista tecnológico. A mudança mostra ainda uma preocupação dessas empresas em modernizarem seus processos de gestão interna, sistemas de vendas dos serviços, entre outros, garantindo, desta forma, maior eficiência e engajamento nessas operações. Investir na qualidade da infraestrutura digital é imprescindível em todos esses casos”, complementa.