Estamos preparados para cidades inteligentes? Como vamos conseguir melhorar nossa infraestrutura? Essas duas questões foram o ponto de partida da palestra do Eng. Civil Fernando Crosara durante o 27º CBENC, promovido pela ABENC. O profissional abordou o uso do pavimento de concreto como solução para tornar as vias urbanas mais seguras e modernas, destacando pontos como o custo-benefício e os desafios para a implementação do material em larga escala no país. Trazendo exemplos de estruturas que já estão em operação em cidades com grande fluxo de veículos, como Brasília,
Crosara elencou os pontos positivos do concreto em substituição a outros materiais de pavimentação. Entre eles, estão a redução do risco de patologias e o menor custo de manutenção durante o ciclo de vida da estrutura – enquanto pavimentos flexíveis têm vida útil de 8 a 12 anos, o concreto dura de 25 a 30 anos. “Planejamento, desenvolvimento tecnológico, bons projetos e treinamento de equipes são alguns aspectos que devemos trabalhar a partir de agora para ter um futuro melhor na pavimentação”, citou.
O Eng. Civil explicou que, atualmente, os estudos de viabilidade que antecedem os projetos de pavimentação ainda não possuem metodologias específicas para análise do uso do concreto. Com cerca de 100 fábricas de cimento, o Brasil utiliza apenas 70% da capacidade produtiva. Para explorar melhor este potencial, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) está à frente de projetos de desenvolvimento empresarial e fortalecimento da comunidade de construção. A ideia é que, com maior engajamento, o pavimento de concreto ganhe mais espaço nas obras viárias. Crosara também destacou um ganho valioso que o concreto traz em relação à tecnologia, como a redução do tempo de intervenção em pontos críticos do trânsito: “Hoje não existe mais como liberar tráfego em 28 dias, é possível fazer isso em até 36 horas. É simplesmente a tecnologia do concreto em favor dos centros urbanos”.
Complementando o raciocínio da relação do pavimento concreto com o desenvolvimento de cidades inteligentes, o Eng. Civil pontuou que as placas permitem instalação de linhas sensoras tanto para melhorar a construção quanto para o dia a dia de tráfego, velocidade e pedágio com mais eficiência e rapidez. Crosara apresentou alguns cases de obras já que utilizam placas pré-fabricadas de pavimento de concreto, como a requalificação da Avenida Vitória, na capital do Espírito Santo, e a concretagem de pavimentos em Caibaté (RS) e Rio Negrinho (SC): “Por enquanto estamos fazendo meio ´na raça’, já que não temos normativas técnicas oficializadas, mas é assim que se desenvolvem as coisas: alguém tem que arriscar e tentar fazer algo de melhor qualidade”, ressaltou.